Sexta-feira recebi de um amigo (Professor Dr.Guilherme Artioli) um elegante artigo publicado semana passada
na Nature. Nele um grupo de pesquisadores de Israel (Weizmann Institute of Science) demonstrou que a ingestão crônica de adoçante em camundongos induz à intolerância à glicose. Resumidamente o
que os autores demonstraram foi que o uso crônico (10 semanas) de adoçante em camundongos promoveu maior dificuldade do organismo em retirar glicose da circulação sangüínea (a isso chamamos de
intolerância à glicose).
O fato mais interessante é que essas moléculas (adoçantes) não são absorvidas, ou seja não alcançam a
circulação sanguinea. Pois bem os autores investigaram então a alteração da população das bactérias intestinais, nesse momento utilizando apenas a sacarina. E aí a grande surpresa, esse adoçante
modificou as bactérias intestinais e essas, por sua vez, induziram à intolerância à glicose.
Ainda precisamos evoluir esses estudos para humanos, mas de antemão podemos adotar a postura de alternarmos
os adoçantes que são usados para mitigar este efeito. Com isso, possivelmente, não criaremos uma população específica de bactérias intestinais promotoras de intolerância à glicose.